Um grupo de mulheres que vive na zona rural de uma pequena cidade, compartilham quase tudo – suas relações sociais, seus pontos de encontro, mas o que une a todas é a religião. Existe uma tradição, uma cultura em cultuar figuras sacra e no sentido espiritual, todos nós devemos parecer perfeitos diante da sociedade como pede e propaga a autoridade espiritual cristã. Assim, vivemos escondendo e aprisionando nossos segredos, faces e desejos com o intuito de alcançar o céu.
Essas mulheres de “Mighty Flash” estão finalmente seguindo seus instintos, por mais pecaminosos que sejam aos olhos religiosos. O roteiro usa a libertação sexual como parte da narrativa, o que foi uma ótima sacada de roteiro, principalmente observando que todas as protagonistas são da terceira idade. As mulheres mais velhas são reprimidas a sentir prazer, na verdade, sequer conseguem ter um relacionamento devido a própria idade.
O longa é repleto de cenas sexuais, que são bem divertidas, inclusive. Quando no filme essas mulheres despem a figura sacra para devolverem ao altar da igreja, elas metaforicamente estão despindo a “santice” de si mesmas. Afinal, o patriarcado e o catolicismo andam de mãos dadas, aplicando e impondo regras sobre o comportamento da mulher em sociedade, as coibindo de descobrir o prazer, ainda mais quando são velhas.
O que tem de mais fantástico nesse filme é a direção. Não existe uma cena que não seja bonita, fiquei encantado. O longa é meio confuso, não dá pra saber onde o filme queria exatamente chegar. No entanto, as cenas de simbolismo religioso se encaixaram perfeitamente com a minha ótica observou sobre a libertação sexual na terceira idade, sendo assim, achei um longa necessário e preciso. Ele consegue atingir o ponto que queria atingir. “Mighty Flash” desde as figuras sacras de um pequeno vilarejo para que as mulheres da terceira idade tenham finalmente a chance de seguirem seus ‘pecaminosos’ instintos.