Com uma premissa chamativa em sua sinopse, “Los Inventados (2021)” expõe uma ideia no mínimo curiosa – um workshop de atuação que te fornece a chance de trocar de persona. A oportunidade de viver, agir e pensar como outra pessoa. Despertando a curiosidade de forma automática, o filme mostra Lucas, um jovem ator misterioso, silencioso e que não parece se preocupar em expor seus sentimentos ou algo do tipo. Ele é uma página em branco, não sabemos se ele está realmente agindo como ele mesmo agiria. O primeiro ato do longa é bem interessante, o tão falado workshop ganha vida numa espécie de cabana e nesse espaço os demais personagens encarnam outras personalidades. Existe toda uma expectativa em torno de Lucas, pois existe um suspense em descobrir quem ele realmente seja, o que é muito bom. Porém, essa narrativa instigante e promissora que vimos se torna uma maçante história de amor.
No seu segundo ato, o filme parece escorar-se no romance chifrim de Lucas (Gastón Dubini) e Sabrina (Rosina Fraschina). Um romance que acontece num formato tão sem graça, que acaba estragando toda a experiência do filme. O workshop de atuação se torna apenas um pano de fundo para o romance dos dois e o longa fica estagnado em sequências entediantes de um casal que ainda está se conhecendo. O que pode ser visto na sinopse de “Los Inventados (2021)“, por fim, não é explorado no filme. É um longa tecnicamente bonito que falta ter uma história para contar. O ato de inventar um romance para preencher o vazio do filme foi preguiçoso e desinteressante, já que o filme poderia ter sido um bom curta-metragem sobre o escape e a troca de identidades.