Na premissa de Moneyboys há uma temática forte e promissora que não é aproveitada pelo diretor.
O longa conta a história do cafetão Fei, um ex-prostituto que hoje tem experiência suficiente para poder gerir seu próprio agenciamento de garotos. Em conflito com a família que vive na zona rural da China, ele percebe que não é nada mais do que o ‘menino do dinheiro’. Ele jamais seria aceito por sua sexualidade, por mais ajude a família financeiramente. Vivendo um romance com um dos garotos do seu meio, ele vive bons momentos, por mais sofra com os fantasmas do seu passado.
O que soa estranho nesse longa é que ele não parece contar uma história. É extremamente lindo, bem dirigido, uma fotografia moderna e que transmite um ar melodramático ao drama. O protagonista é no mínimo carismático, com uma história curiosa, marcada de feridas e claramente difícil.
O roteiro de Moneyboys é um verdadeiro tédio, e não é por excesso de diálogos ou por motivos complexos. É lento, morno e totalmente inesperado do que é prometido da sinopse. Não tem profundidade ou ação, como se nada acontecesse. A prostituição não chega a ser um tema de discussão, é mostrada de forma superficial, servindo de pano de fundo para a vida seca do personagem. Incluir um romance é previsível e consegue ser cansativo, ainda mais quando o desenvolvimento final do filme se baseia ao redor do casal.
É deprimente o quão mal aproveitado o filme foi. Tão mal aproveitado que não existe como extrair alguma licença poética do mesmo. Apesar dos belos visuais, não existe esforço para contar a história de Fei. O diretor até pode ser capaz de trazer vida ao seu filme, porém esquece de trazer vida à sua decepcionante história.