Casa de Dinamite (2025)

Avaliação: 4 de 5.

Chegando no catálogo da Netflix nessa última sexta (24), ‘Casa de Dinamite’ é o primeiro filme de Kathryn Bigelow em sete anos. É reconfortante ver que uma das grandes diretoras femininas em atividade volta em grande estilo com aquilo que sempre fez de melhor, um thriller. Com grandes nomes como Rebecca Ferguson, Idris Elba e Greta Lee, é o tipo de filme que possui uma atenção para o elenco de forma diferente da maioria dos filmes com um grande elenco como esse, aqui cada um possuindo seu minuto de contribuir em seu determinado ato. Observa-se que poucos personagens voltam à trama depois de acabar uma das três partes em que o filme é dividido.

Depois de sua estreia no Festival de Veneza em setembro, em que, apesar de não ter levado nenhum prêmio, mesmo tendo sido um dos filmes mais elogiados do festival, foi tomando forma a curiosidade em torno do que poderia ter de tão especial em um filme com uma premissa simples como essa: um míssil nuclear em direção aos Estados Unidos. De fato, é um assunto sério, mas que com certeza também não está longe do contexto em que o mundo, e principalmente os EUA, encontram-se no momento. Bigelow vem e faz, de forma nada sutil, uma ilustração do limite do poder da nação mais importante do mundo e dos sacrifícios de um sistema que, por mais que pareça extremamente preparado por fora, apresenta falhas e fraquezas cruéis por dentro. É curioso ver os próprios personagens admitindo que, mesmo tendo treinado para aquela situação várias vezes, ainda assim reagem de maneira despreparada, precisando ver seu ego e sua base de apoio esperando pelo resultado menos pior, pois não se trata mais do melhor que devem decidir, mas sim do melhor que podem conseguir.

Possui uma abordagem bem menos surreal que outros filmes da diretora, como ‘Strange Days’, mas se aproxima de uma construção direta e provocativa como do seu ‘Blue Steel’ de 1990, outro longa que retrata os problemas morais da segurança dos Estados Unidos. De toda forma, é um filme que encontra seu norte em seu próprio caminho; seu desenrolar deixa nossas dúvidas muito mais interessantes do que as dúvidas por si só. O “Por que disso?”, “Por quem?” e “Com que finalidade?” E as várias outras incógnitas dessa situação seriam muito básicas para o cinema de Bigelow; ela prefere nos provocar a ver uma situação de vários ângulos diferentes, nos deixando com a mesma ânsia por respostas, ou quase, no mesmo nível em todos os ângulos.


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