Confira as críticas do 1º dia do Festival de Veneza

La Grazia (Paolo Sorrentino)

“‘La Grazia’ é maravilhoso. Inicialmente lento e às vezes difícil, o filme vai, aos poucos e de forma sedutora, penetrando em você até se tornar quase impossível de esquecer. O tema é os últimos seis meses de mandato de um fictício presidente italiano, Mariano De Santis, interpretado com precisão melancólica pelo habitual colaborador de Sorrentino, Toni Servillo.”

The Times (80/100)

“Duas horas e pouco podem parecer muito tempo para acompanhar uma história que, no fundo, se resume a um homem tendo que tomar três decisões sobre assinar ou não um documento. Ainda assim, ‘La Grazia’ continua sendo envolvente, mesmo quando se perde ocasionalmente, em grande parte graças ao vigor estilístico característico de Sorrentino.”

The Playlist (75/100)

“Servillo carrega o filme com sua presença magnética. Com uma atuação que muitas vezes se comunica pelo silêncio, ele prende a atenção do espectador e cria um fio emocional que conduz a narrativa. Servillo é um prazer de assistir, mesmo quando o roteiro de Sorrentino carece de ideias à altura de seu talento. É justo dizer que Sorrentino conseguiu conter sua inclinação pelo espetáculo em detrimento do sentido — traço evidente sobretudo em seu último longa, ‘Parthenope’. A proporção entre estilo e substância ainda não é a ideal, mas o filme oferece o suficiente de ambos para uma experiência atraente, intelectualmente estimulante e emocionalmente envolvente.”

The Film Stage

“No geral, é uma mudança bem-vinda ver Sorrentino — que muitas vezes pareceu tão prisioneiro do próprio estilo quanto Wes Anderson — adotar um tom mais contido sem deixar de ser reconhecivelmente ele mesmo. O lado negativo dessa nova contenção visual é que o diálogo precisa carregar mais peso, e La Grazia às vezes se torna excessivamente verborrágico em suas reflexões éticas e existenciais. O que garante a continuidade emocional do filme é a atuação intensamente melancólica de Servillo.”

Screen Daily

“Internacionalmente, o apelo de assistir a um homem sério levar seu trabalho sério a sério tem menor força dramática. São os floreios característicos que se destacam aqui: como uma cena estranhamente carregada, em câmera lentíssima, em que o primeiro-ministro português é encharcado por um aguaceiro e depois envolvido por um abraço de urso em um tapete vermelho encharcado e agitado pelo vento. Ainda assim, essa história de escolhas e consequências carece da ressonância atemporal que marca as melhores obras de Sorrentino.”

The Telegraph (40/100)


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