Cannes 2025 – Críticas do 11º dia

The Mastermind (Kelly Reichardt)

“A diretora se diverte muito ao aproximar seu trabalho dos filmes de Hal Ashby e Robert Altman, mas, ao mesmo tempo, acaba perdendo aquela sua habilidade fina de dramatizar temas políticos da forma mais natural possível. Não é irônico?”

The Wrap

“Como grande parte da obra de Reichardt, The Mastermind parece modesto enquanto você o assiste, mas absolutamente brilhante depois que tem algum tempo para acomodar na sua mente. O’Connor exala com maestria a aura indecisa do desenvolvimento emocional estagnado de seu personagem — esta é sua melhor atuação até agora.”

Vulture

“Muito possivelmente seu filme mais acessível e agradável até hoje, ainda assim permanece uma investigação inconfundivelmente reichardtiana sobre o tecido da ordinariedade — e o que acontece quando ele começa a se desfazer. Esta é talvez o tipo de interpretação que extrai o melhor de Josh O’Connor. Em um papel aparentemente semelhante ao seu personagem de ‘La Chimera’, incluindo a barba por fazer, o terno sujo e o estranho apego psicológico aos objetos de arte que ele furta, ainda assim ele consegue criar um personagem completamente diferente.”

Variety

“Josh O’Connor pode ser um ator irritantemente afetado, mas aqui ele assume uma persona relaxada e barbuda, livre de artifícios ou maneirismos, que se encaixa perfeitamente no estilo lacônico de Reichardt. É uma das qualidades do filme de Kelly Reichardt — que, como todos os seus, permanecerá entre as mais interessantes marginalias do cinema americano — o fato de ela conseguir transformar uma simples história de assalto em um olhar indireto sobre toda uma geração.”

Deadline

“Haim, a cantora que se revelou uma estrela do cinema em Licorice Pizza, de Paul Thomas Anderson, tem menos material como Terri. Mas diz muito com o olhar sobre o conflito interno da personagem entre a paciência e a necessidade de partir para proteger a si mesma e aos filhos dos estragos de James. Há um arrependimento genuíno de ambos os lados quando James perde Terri como aliada.”

The Hollywood Reporter

Young Mothers (Luc Dardenne, Jean-Pierre Dardenne)

“Há uma simplicidade e clareza aqui, uma atribuição honesta de dignidade e inteligência a todos que aparecem na tela: cada cena e cada retrato de personagem são naturais e despretensiosos. A afirmação direta da esperança por meio do ato de ajudar e de pedir ajuda é muito poderosa.”

The Guardian (5/5)

“Há muito domínio na forma como equilibram tramas diferentes e misturam emoções contrastantes. A insegurança individual é compensada por relações que servem como válvulas de escape, num filme que – assim como sua jovem protagonista – é mais forte do que parece.”

IndieWire (B+)

“Mesmo que a história consiga equilibrar bem a forma como alterna entre as narrativas, sem dar mais atenção a uma do que a outra, algumas dessas tramas acabam sendo repetitivas e um pouco mal conduzidas. Isso não compromete o todo, já que o filme ainda é cuidadoso ao concluir as jornadas de cada personagem, mas impede que ele seja tão impactante quanto poderia ser. Felizmente, as boas atuações do elenco jovem ajudam a suavizar esses pontos fracos.”

The Wrap

“Profundamente comovente, mas nunca manipulador, Young Mothers é o melhor filme dos irmãos em mais de uma década.”

Variety

“O cinema socialmente engajado desse tipo anda com má fama hoje em dia; é visto como algo velho e cansado ou, pior ainda, arrogante e moralista. Mas não por mim: Jean-Pierre e Luc Dardenne podem estar fazendo exatamente o que sempre fizeram, mas fazem com o coração e com sinceridade.”

Deadline

Honey Don’t! (Ethan Coen)

“Parece uma mistura confusa de partes díspares que Coen e Cooke não souberam como encaixar. O resultado final é uma decepção exaustiva e um desperdício do talento reunido.”

IndieWire (42/100)

“É um filme melhor do que Drive-Away Dolls graças a uma trama de mistério envolvente, mas acaba sofrendo dos mesmos problemas que seu antecessor: o filme parece uma sucessão de esquetes sem rumo definido.”

The Hollywood Reporter

“Esqueça os caras: Honey Don’t! é mais divertido quando acompanha sua anti-heroína perspicaz, mesmo que a gente deseje que o veículo em que ela está tivesse um pouco mais de potência.”

Screen Daily

“Coen e Cooke, percebe-se, não souberam muito bem como amarrar tudo no final. Ainda assim, é um mundo envolvente e subversivo o que eles construíram.”

The Times (60/100)

“Há mais problemas do que acertos em Honey Don’t!, no entanto, isso não apaga os momentos genuinamente engraçados e a performance eletrizante de Qualley. Está longe de ser um filme perfeito, mas se você gosta do gênero e curtiu o filme anterior de Coen, este pode ser mais um acerto para você. Pessoalmente, é difícil demais ignorar as falhas para encontrar o diamante ali.”

Collider (50/100)

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