Cannes 2025 – Críticas do 3º dia

Case 137 (Dominik Moll)

“O resultado deve funcionar tão bem com o público local quanto com o internacional, assim como foi com “The Night of the 12th”. Isso porque a crítica à polícia tem um apelo universal e atual — e muito disso se deve à atuação forte e cheia de humanidade de Léa Drucker, que, como sempre, entrega um trabalho marcante.”

Variety

“Léa Drucker entrega uma excelente atuação no papel de uma funcionária pública determinada a encontrar os policiais que machucaram gravemente um jovem inocente de 20 anos. A direção de Dominik Moll segue um estilo bem direto e, às vezes, pesa a mão, mas a atuação de Drucker dá à história a carga emocional que ela precisa.”

Screen Daily

“Seguindo todos os passos clássicos de um drama policial, Moll usa um truque simples, mas eficaz, para virar o gênero de cabeça pra baixo e apontar para um inimigo bem maior fora da tela: Emmanuel Macron, o atual presidente da França, que Moll já criticou publicamente. Só que, apesar do jogo de narrativa e ponto de vista funcionar super bem no cinema, “Case 137” talvez seja ainda mais interessante como um jeito inteligente e bem elaborado de dizer pros policiais que o “ACAB” não é algo tão pessoal assim.”

The Playlist (75/100)

“No fim, o conflito de lealdade da Stéphanie — entre Paris e o interior, entre os policiais e os críticos mais progressistas — não chega a lugar nenhum muito profundo, e esse filme está bem longe da complexidade de Harry, He’s Here to Help, o drama psicológico premiado de Moll.”

The Guardian (60/100)

Sirât (Oliver Laxe)

“Chamar esse filme de “camaleônico” até parece pouco perto das mudanças malucas que Laxe arma — camaleões, no fim das contas, só mudam de cor. Sirât passa por algo mais parecido com uma transformação completa, virando uma mistura profana (no melhor sentido, já que, lembra, Deus é indiferente) de Mad Max, O Salário do Medo e mais ou menos metade dos filmes do Antonioni dos anos 60 e 70.”

Variety

“Laxe não conduz o desfecho com total precisão. O filme sugere momentos de grande intensidade e ação, mas entrega, em vez disso, um espaço de silêncio, introspecção e contemplação. Ainda assim, a experiência ao longo do percurso é marcante. Sirât propõe uma nova abordagem sobre temas como família e luto, acompanhada por uma trilha sonora poderosa, voltada aos apreciadores de um som mais intenso.”

Deadline

“Ironicamente, Sirât se perde perto do fim. Apesar de o último ato ser, de certa forma, o mais agitado, é também onde Laxe abre mão da coerência narrativa pra tornar suas metáforas mais literais. Ele aposta num tipo de espetáculo mais típico de filmes de gênero pra explorar suas ideias sobre a morte e dar forma ao título do filme (que em árabe significa algo como “caminho”), mas essas ideias parecem pouco desenvolvidas.”

Hollywood Reporter

“Quando você ouve a sinopse de Sirât, é fácil imaginar mais ou menos como o filme vai se desenrolar. A primeira metade segue um caminho esperado, com momentos previsíveis e personagens com suas excentricidades de praxe. Mas aí, perto do fim do segundo ato, justo quando você já está totalmente imerso na história, o diretor Oliver Laxe arranca qualquer sensação de conforto da forma mais devastadora possível. A partir daí, Sirât vira outro filme. Talvez até dê pra prever isso se você prestar bastante atenção, mas, no geral, a sensação é de estar diante de algo totalmente inesperado.”

Collider (6/10)

“Sirât é ousado ao retratar um mundo em ruínas, onde ainda há quem consiga encontrar algum tipo de libertação. Mas sua brutalidade constante acaba soando menos como um gesto corajoso e mais como algo exaustivo.”

The Wrap

“Laxe mantém a tensão em constante crescimento ao longo do filme, embora isso leve a um desfecho frustrantemente inconclusivo e sacrifique um pouco das recompensas dramáticas mais convencionais. Ainda assim, a ousadia da proposta deve atrair fortemente os cinéfilos que, após a estreia em Cannes, estejam em busca de filmes que realmente se arriscam.”

Screen Daily

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