É sempre um misto de absurdo e interesse observar a ação que recorre a filmes-catástrofe como Twisters. Não importa quão críveis sejam as formas em que o horror é feito, a destruição representada e o medo enviesado pela ação de uma figura que se coloca diante do problema.
Twisters, num aceno ao seu passado nos anos 1990, é a adoção da calamidade de formas mais modernas, ajustadas a uma geração já bastante consciente das mudanças climáticas e de como tudo isso fomenta a temática da obra.
O lance é que aqui não se trata de mudanças climáticas, tampouco é feito qualquer referência a elas mesmo quando se busca trazer um olhar empático aos afetados pela catástrofe que norteia os personagens e suas justificativas, que soam fantasiosas demais, contrastando com toda a construção técnica que realmente adere a uma realidade ficcional suficientemente fundamentada.
Esse pano de fundo é muito importante para a atenção que os personagens têm nesse momento, passando por uma profundidade de conexão e intenções que criam reservas sobre o quão genuínos são seus esforços em colocar ideias em prática — e torná-las viáveis no contexto dos resultados climáticos negativos.
O filme ganha força nesse tipo de introspecção, nessa potência que incita a revolta patriótica americana em busca de uma solução megalomaníaca em relação a um fantasma do Centro-Oeste. Até funciona, mas parece muito indistinguível quando se trata do esvaziamento de Hollywood temático hoje.

